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quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Acessibilidade na Prática: Entrevista com Lesado Medular ...



Renildo Dias de Oliveira, que sofreu uma lesão na medula e hoje é cadeirante, expõe suas principais críticas sobre a falta de acessibilidade nos lugares públicos

Por: Maria Alice Furrer Matos
Acessibilidade na Prática:
Segundo a NBR 9050, segunda edição válida a partir de 30/06/2004, a “acessibilidade” é definida como a possibilidade e condição de alcance, percepção e entendimento para a utilização com segurança e autonomia de edificações, espaço, mobiliário, equipamento urbano e elementos, e ser “acessível”, segundo a norma, é o espaço, edificação, mobiliário, equipamento urbano ou elemento que possa ser alcançado, acionado, utilizado e vivenciado por qualquer pessoa, inclusive aquelas com mobilidade reduzida.

O termo acessível implica tanto acessibilidade física como de comunicação.

A partir destes conceitos teóricos, explique de maneira prática o que é acessibilidade para você.

Resposta:
Acessibilidade é aquilo que só entendemos depois que passamos a necessitar pessoalmente, através de um familiar ou ente querido.
Quando eu “andava”, lia ou ouvia dizer sobre este termo “acessibilidade”.
Hoje, luto para que as pessoas o conheçam enquanto novas, porque não desejo que ninguém passe pelo que passei, mas desejo que todos vivam muito e vivendo muito irão envelhecer, envelhecendo vão precisar da acessibilidade.

Acessibilidade na Prática:
Existiu algum evento no qual a tentativa de tornar um ambiente acessível acabou gerando um maior desgaste físico na sua rotina?

Resposta:
Sim! Frequento um prédio que tem uma escada no hall de entrada.
Para meu conforto, mandaram construir uma rampa e adivinhem!
Construíram um par de trilhos!
Além de super perigoso, só passava as rodas de trás da cadeira e custaram incríveis R$ 1.200,00.

Acessibilidade na Prática:
A partir deste evento, quais providências foram tomadas para melhorar a sua acessibilidade? E você, as considerou úteis?

Resposta:
Eu reclamei, como não podia deixar de fazê-lo.
Ameacei chamar os jornais locais e a rampa foi refeita, desta vez inteiriça.

Acessibilidade na Prática:
A questão de ser dependente atrapalha a rotina de muitos deficientes físicos.
No seu caso, qual fator você considera minimizar este impacto?

Resposta:
Dirigir e ter veículo próprio, porque ser cadeirante e depender de transporte publico é o fim da picada.

Acessibilidade na Prática:
A questão da acessibilidade, embora muito discutida, é pouco utilizada em nosso cotidiano.
Na sua cidade (Belo Horizonte – MG), você já conseguiu alguma mudança significativa para melhorar o ir e vir de pessoas com deficiência? Como?

Resposta:
Sim. Na construção do último shopping, conseguimos a instalação de banheiros adaptados em separado (masculinos dos femininos).
Todavia, a luta maior é pelo rebaixamento das calçadas e fiscalização das vagas destinadas às pessoas com deficiência.

Acessibilidade na Prática:
Mande um recado para as pessoas que ainda não compreenderam o que é Acessibilidade na Prática.

Resposta:
Nobres cidadãos, eduquem seus filhos, respeitem as vagas demarcadas, respeitem os assentos em transportes públicos, promovam a acessibilidade em suas construções, empresas e casas, empreguem os deficientes e ajudem apenas quando a ajuda for solicitada.
Feliz 2011 e sejam muito felizes!

Fonte: Rede SACI


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