
Anita Malfatti, 74 anos, morreu em seu sítio, onde viveu os últimos anos, recolhida, distante das polêmicas artísticas.
A morte de Anita passou quase despercebida, para a importância quem constitui a sua obra de pintora.
A morte de Anita passou quase despercebida, para a importância quem constitui a sua obra de pintora.
Uma artista pioneira, de ruptura, de renovação, numa época em que a mulher era subjugada e estava destinada à vida doméstica, ao magistério ou ao convento.
A paulistana Anita Catarina Malfatti nasceu em 2 de dezembro de 1889.
A paulistana Anita Catarina Malfatti nasceu em 2 de dezembro de 1889.
No final da adolescência, seguiu para a Europa e onde estudou pintura, sendo fortemente influenciada pelo expressionismo alemão.
De volta ao Brasil em 1914, apresentou sua primeira exposição individual.
Três anos mais tarde, após de uma viagem para Nova York, onde estudou na Arts Students e conheceu os artistas Juan Gris e Marcel Duchamp, realizou a polêmica exposição com 53 obras, entre elas: A Estudante Russa, O Homem Amarelo, Mulher de Cabelos e Verdes Caboclinha.
Três anos mais tarde, após de uma viagem para Nova York, onde estudou na Arts Students e conheceu os artistas Juan Gris e Marcel Duchamp, realizou a polêmica exposição com 53 obras, entre elas: A Estudante Russa, O Homem Amarelo, Mulher de Cabelos e Verdes Caboclinha.
Uma verdadeira bomba para o academicismo que dominava a nossa cultura.
Embora muito criticada, alguns apontam a experiência como a pedra fundamental do movimento modernista, que eclodiria cinco anos depois, em São Paulo na Semana de Arte Moderna - da qual participou integrando o Grupo dos Cinco, com Mario de Andrade, Tarsila do Amaral, Oswald de Andrade e Menotti del Picchia.
No ano seguinte, aventurou-se novamente no Exterior. Desta vez, foi para Paris dedicar-se a novos estudos e lá permaneceu até 1928.
No ano seguinte, aventurou-se novamente no Exterior. Desta vez, foi para Paris dedicar-se a novos estudos e lá permaneceu até 1928.
Nessa fase, vive uma transformação profunda, perde o impulso marcante do expressionismo, deixa de lado o exagero de cores e começa a representar o mundo de forma mais simples. Sua pintura torna-se intimista.
Os anos 50 mostraram a fase madura de Anita, decidida no caminho que escolhera: "Tomei a liberdade de pintar ao meu modo". E assim se fez.
Anita e Mario
Os anos 50 mostraram a fase madura de Anita, decidida no caminho que escolhera: "Tomei a liberdade de pintar ao meu modo". E assim se fez.
Anita e Mario
A pintora teve um amigo, confidente, sua paixão platônica de toda uma vida: Mario de Andrade.
Ao que tudo indica, Mario sabia do amor de Anita, mas os dois nunca falaram sobre isso.
Ele morreu, solteiro, em 1945.
No décimo aniversário da morte do escritor, ela escreveu-lhe uma carta:
"Tenho medo de ter desapontado a você.
Quando se espera tanto de um amigo, este fica assustado, pois sabe que nós mesmos, nada podemos fazer e ficamos querendo, querendo ser grandes artistas e tristes de ficarmos aquém da expectativa."
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